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O câncer de cérebro é o tumor que resulta da multiplicação anormal e desordenada de neurônios ou células da glia (células não neurais que dão suporte e nutrição aos neurônios), como oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias, micróglia e meninges. Representa menos de 2% dos cânceres em adultos, estimando-se que surjam cerca de 176 mil novos casos por ano no mundo. Para 2012 no Brasil, estimam-se 4.820 e 4.450 novos casos em homens e mulheres, respectivamente. Sua existência restringe as atividades diárias e impacta a qualidade de vida de seu portador.
1. Gliomas: São os mais comuns (80%). Quanto à origem, classificam-se em glioblastomas, astrocitomas e oligodendrogliomas. Pela agressividade, são classificados em baixo grau (I e II) e alto grau (III e IV), sendo esses últimos de comportamento mais agressivo.
2. Ependimomas: Representam apenas 2%. Originam-se das células ependimárias. São comuns em crianças e são curáveis (grau II), mas podem se disseminar no líquor (grau III).
3. Meduloblastoma: Surge no cerebelo de crianças. Cresce rapidamente e se dissemina pelo líquido cefalorraquiano. O tratamento tem potencial curativo. * Não abordamos aqui tumores metastáticos, tumores endócrinos de hipófise, hipotálamo ou pineal e linfomas.
Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, crise convulsiva, náuseas e vômitos, sonolência e alterações na visão. Os menos frequentes são alteração do comportamento, amnésia, perda da sensibilidade, perda da força motora, desequilíbrio, alterações nos nervos cranianos, na fala e na deglutição. Para definir o diagnóstico, a biópsia é indispensável. Quanto aos exames de imagem, a Ressonância Nuclear Magnética é superior à Tomografia Computadorizada. A Ressonância é indolor, mas ruidosa e o contraste usado é o gadolíneo. A Tomografia Computadorizada também é indolor, porém com menor ruído. O contraste utilizado é o iodo.
A exposição à radiação é um fator de risco. Porém, até o momento, não há evidência de que o uso de celulares e fornos de micro-ondas seja uma causa do câncer de cérebro. Algumas mutações genéticas (genes Retinoblastoma e p53) e a insuficiência imunológica nos portadores de AIDS e em idosos favorecem seu surgimento. As síndromes de herança familiar associadas são: neurofibromatose tipo 2, esclerose tuberosa e síndrome de von Hippel-Lindau. Além disso, os cânceres de cérebro ocorrem mais em homens e em idosos.
O câncer de cérebro surge e permanece dentro do crânio (cabeça). Seu crescimento é local e raramente migra para outro órgão. Em alguns casos, a ressonância nuclear magnética de encéfalo e de toda a coluna, associada à análise do líquido cefalorraquiano, permitem avaliar a extensão da doença.
O objetivo do tratamento é eliminar a doença para seu controle e cura. A intervenção padrão nos tumores mais agressivos como os gliomas de alto grau é a abordagem multidisciplinar, que envolve em vários dos tumores cérebro a integração de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e ocasionalmente terapia-alvo (que se fundamenta no bloqueio do alvo-molecular celular, a fim de destruir a célula tumor) . A cirurgia é feita para a retirada máxima e segura do tumor. A radioterapia é realizada no pós-operatório para evitar a recorrência da doença. A quimioterapia pode ser usada juntamente com a radioterapia ou isoladamente. A droga mais utilizada é a temozolomida (TMZ), que em geral é bem tolerada e administrada por via oral e ocasionalmente pela via endovenosa. A terapia-alvo se fundamenta no bloqueio de um alvo-molecular celular, como por exemplo a proliferação de vasos sanguíneos, a fim de destruir a célula tumoral (reduzindo a atuação sobre células saudáveis e diminuindo assim os efeitos colaterais).
Não há exames de rotina para diagnóstico precoce e não há estratégia para prevenção de câncer do cérebro. Entretanto, os pacientes com fator de risco ou portadores de síndromes hereditárias devem ser cuidadosamente acompanhados.
As novas imagens de ressonância (com esprectroscopia e perfusão), somadas aos avanços das técnicas de cirurgia (tractografia e neuronavegação), de radioterapia (IMRT-IGRT) e de terapia sistêmica (quimioterapia e terapia alvo-molecular), favorecerem uma maior chance de cura. Já o conhecimento das mutações genéticas (MGMT, IDH, 1p19) e sua correlação com o diagnóstico e gravidade da doença permitiram a melhor escolha do tratamento.