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Câncer de mama: qual a importância do tratamento sistêmico?

Essa abordagem terapêutica contribui para aumentar a eficiência do tratamento dos tumores de mama localizados e é o principal recurso para controle da doença em estágio avançado

Além do tratamento localizado do tumor de mama, baseado em cirurgia ou radioterapia, existem abordagens terapêuticas sistêmicas focadas em tratar células anormais que possam ter se espalhado para longe do local de origem da doença, mesmo que sejam ainda imperceptíveis.

O tratamento sistêmico age em todas as partes do corpo. Ele pode ser adotado após o tratamento localizado para garantir que não que não restem células doentes circulando no organismo da paciente, evitando que o câncer regresse no futuro. Também pode ser aplicado antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor, permitindo a realização de um procedimento menos agressivo. E é o principal recurso terapêutico para pacientes com câncer de mama avançado que já se espalhou para outras partes do corpo (metástase).

Existem várias modalidades de tratamento sistêmico:

  • Quimioterapia: remédios que ajudam a eliminar tumores, bloqueando a multiplicação das células doentes.
  • Hormonioterapia: medicamentos que inibem a ação do estrogênio e da progesterona, hormônios femininos que estimulam o crescimento de células doentes.
  • Imunoterapia: medicações que estimulam o sistema imunológico a identificar as células tumorais como inimigas e destruí-las.
  • Terapia-alvo: medicamentos que agem especificamente sobre algumas moléculas existentes nas células cancerígenas associadas a determinados tipos de tumores.

Essas modalidades servem para combater os três grandes tipos de câncer de mama:

  • Luminal – tumores que crescem mediante a presença dos hormônios femininos. Eles representam 70% dos casos. Para algumas pacientes, a quimioterapia pós-cirurgia com intuito preventivo é prescindível, mas habitualmente é prescrito o tratamento hormonioterápico, a fim de reduzir os níveis dos hormônios femininos no organismo.
  • HER2 – células tumorais que expressam uma proteína chamada HER2, que estimula a multiplicação das células doentes. Representam cerca de 20% dos casos. Rotineiramente, se aplica tratamento sistêmico quimioterápico depois da cirurgia (e, às vezes, até antes), junto com um medicamento de terapia-alvo que atua especificamente na proteína HER2.
  • Triplo Negativo – esse tipo de câncer de mama não está associado à presença de receptores de estrogênio e progesterona nem à proteína HER2. Geralmente mais agressivo, totaliza 10% dos casos. Mesmo no caso de doença localizada, diante de tumores do gênero geralmente se faz uso de quimioterapia preventiva depois da cirurgia e da radioterapia.

O tempo de duração dos tratamentos sistêmicos varia. Nos casos de tumores localizados, a quimioterapia pode durar de três a seis meses e a hormonioterapia, de cinco a dez anos. No caso de câncer avançado, a abordagem sistêmica é adotada como alternativa de controle. Interrupções ou substituições das estratégias terapêuticas podem ser realizadas ao longo dessa jornada. Como os tratamentos sistêmicos podem gerar efeitos colaterais, é importante que o médico defina medidas para reduzir seus impactos e garantir uma boa qualidade de vida para os pacientes.

O câncer de mama é o que mais afeta as mulheres no Brasil e no mundo. E os tratamentos sistêmicos são aliados fundamentais para vencer a doença.

Fonte: Graziela Zibetti Dal Molin - CRM/SP 147.913

Data da última atualização: 29/10/21