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Colostomia: um procedimento que salva vidas

A técnica é comum em cirurgias que exigem a extração de partes do intestino grosso ou em casos em que é necessário o desvio da passagem das fezes

Tumores, infecções e doenças inflamatórias do intestino são alguns problemas que podem exigir a extração de uma parte do intestino grosso (cólon) ou um desvio da passagem de fezes. Nesses casos, pode ser necessária uma colostomia, um procedimento cirúrgico que liga o intestino grosso com a parede do abdome, permitindo a saída de gazes e fezes sem passar pelo ânus. O material expelido é recolhido em uma bolsa coletora especial, que fica acoplada ao corpo do paciente. A colostomia também pode ser necessária em casos de perfurações, sangramentos intestinais e outras situações que não permitem realizar a costura do trânsito intestinal imediatamente, devido ao risco de vazamentos e infecções.

A colostomia é um tipo de ostomia, como são chamadas as cirurgias que promovem a comunicação do interior do corpo com o exterior. A grande maioria das colostomias é temporária, ou seja, o paciente fica com a bolsa coletora por um período e, depois, é realizada a cirurgia para reversão, que restabelece o fluxo intestinal normal. De forma geral, o intervalo entre a primeira cirurgia e a cirurgia de reversão da colostomia é de no mínimo dois meses.

Para uma pequena parcela de pacientes, porém, as colostomias são definitivas. Esses casos acontecem, por exemplo, em indivíduos com necessidade de remoção do ânus juntamente com o intestino, dificuldades técnicas para a realização da cirurgia ou em pacientes com condições clínicas que tornam o procedimento de fechamento da bolsa muito arriscado.

Educação do paciente
Quando a pessoa se vê diante da necessidade de uma colostomia, é comum que dúvidas, receios e até vergonha se misturem em sua cabeça. Por isso, é importante desfazer mitos e conhecer detalhes sobre esse procedimento, que é absolutamente seguro. Com informação qualificada e orientação médica, pacientes com colostomia podem ter uma vida normal e com poucas restrições.

A bolsa coletora e os materiais utilizados para sua fixação no corpo e vedação, por exemplo, estão cada vez mais avançados, possibilitando que os pacientes mantenham suas atividades do dia a dia, incluindo até práticas esportivas. Neste caso, recomenda-se sempre uma conversa com o médico antes de aderir a uma modalidade e evitar esportes de contato físico intenso ou que passam causar traumas.

Os cuidados para a manutenção da bolsa coletora incluem a limpeza e troca, cuja frequência varia para cada paciente e dependendo do tipo de ostomia. Em alguns casos, é possível recorrer a medicamentos que reduzem a frequência do funcionamento do intestino.

Muitas pessoas adaptam as roupas, tornando as bolsas imperceptíveis. Há bolsas de vários tipos, podendo ser transparentes ou opacas, assim como há produtos que auxiliam sua fixação, como placas e cintas, prevenindo vazamentos ou odores indesejados. Os pacientes contam, ainda, com produtos que evitam assaduras na pele (sprays, pastas de proteção e placas de hidrocolóide).

Também é fundamental contar com redes de apoio. Existem vários grupos em plataformas digitais que reúnem pacientes para troca de experiências e para aprenderem uns com os outros sobre como lidar com essa situação, seja ela passageira ou definitiva. Porém, informações técnicas e científicas obtidas nesses grupos precisam ser checadas e validadas pelo médico ou profissional de saúde qualificado.

Na BP, o suporte aos pacientes precede a própria cirurgia e segue depois dela. Antes da colostomia, um profissional da equipe de enfermagem especializada faz a marcação do local da incisão no abdome, levando em consideração o estilo de vida e as roupas que a pessoa costuma usar, além de explicar para o paciente e família como limpar e trocar a bolsa. Essa equipe também faz o acompanhamento no pós-operatório, contribuindo para dar segurança e tranquilidade no manejo desse item.

Com informações, apoio e cuidados específicos, os especialistas da BP costumam observar um fenômeno comum: as dificuldades e os temores iniciais dos pacientes vão se dissipando, e eles vão se adaptando à nova rotina. Com o tempo, passam a enxergar a colostomia da mesma forma que os especialistas: como uma importante ferramenta para salvar vidas.

Fonte: Bruna Borba Vailati - CRM/SP 173.031

Data da última atualização: 27/10/21