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Humanização, acolhimento e abordagem personalizada: o que isso tem a ver com o tratamento do câncer de mama?

Conceitos modernos da medicina incorporam todos esses elementos, pois eles contribuem para o bem-estar da paciente e melhor resposta ao tratamento

Inúmeros avanços científicos ampliaram as possibilidades de controle e cura do câncer de mama. Mas esse progresso vai além de novos recursos terapêuticos e tecnologias. Atualmente, a doença é tratada também com abordagens que contemplam acolhimento, qualidade de vida, autonomia das pacientes nas decisões, entre outros tópicos que tornam essa jornada menos árdua. Ao se sentirem compreendidas em suas necessidades e passando pelo período com o máximo bem-estar possível, elas aderem e respondem melhor ao tratamento, o que contribui para melhores desfechos.

A humanização do tratamento do câncer mudou condutas médicas, abordagens terapêuticas e agregou um olhar integral da mulher. Grandes cirurgias altamente invasivas feitas antigamente retiravam não só a mama, mas outras partes, como axila e músculos, fazendo com que a mulher se sentisse mutilada e muito abalada emocionalmente.

Hoje, entende-se o impacto psicológico negativo e priorizam-se cirurgias minimamente invasivas, que geralmente retiram apenas um quadrante (uma parte) da mama, logo reconstruído. Nos casos que exigem a retirada total da mama (mastectomia), há técnicas para reconstrução mamária que garantem a manutenção da autoestima e a própria identidade da mulher.

Esclarecer a paciente sobre as alternativas terapêuticas e suas consequências, respeitando sua decisão, é outro aspecto fundamental na abordagem humanizada. Antes, o tratamento era apenas informado pelo médico, que optava pelo que entendia ser a melhor alternativa. Atualmente, há a preocupação de explicar de forma clara as opções para que mulher exerça sua autonomia e possa decidir de forma consciente como quer ser tratada.

A comunicação é um fator de muita atenção do médico, que deve ser bastante claro e ter sensibilidade ao informar o diagnóstico, mostrando que os tratamentos são instrumentos de cura e não de sofrimento. Essa interface entre paciente e médico ganha importância à medida que se entende o diferencial do acolhimento na percepção e resposta da mulher ao tratamento. É preciso ter empatia, usar uma linguagem que ela entenda e informar cada passo, progressos ou regressos. Estar disponível para esclarecer as dúvidas da paciente demonstra comprometimento do médico e a faz sentir-se acolhida, ajudando muito na adesão ao tratamento também.

Além do médico, o respeito e carinho com a paciente precisam ser compartilhados por toda equipe envolvida. É fundamental que todos entendam o momento e ofereçam suporte e amparo que tornam o processo todo menos agressivo.

Personalização e bem-estar
Efeitos colaterais de procedimentos como quimioterapia e radioterapia também precisam estar no radar das atenções. Eles foram sendo reduzidos ao longo dos anos com os avanços tecnológicos e dos quimioterápicos, mas ainda existem. O controle adequado de náuseas, vômitos, reações alérgicas e infecções, por exemplo, refletem muito na qualidade de vida, ajudando a mulher a se manter ativa e com uma rotina o mais normal possível para o momento.

O bem-estar geral da mulher envolve, ainda, considerar as alterações estéticas possíveis, oferecendo opções como a técnica da touca gelada para minimizar a queda de cabelos na quimioterapia.

Novos tipos de drogas abrem a possibilidade de abordagens individualizadas, com resultados mais efetivos. Um importante progresso foi a descoberta de mutações genéticas que causam diferentes tipos de câncer de mama e o desenvolvimento de medicamentos específicos, mais efetivos e com menos efeitos colaterais.

A personalização do tratamento contempla ainda adequá-lo ao perfil de cada paciente. Com várias opções de medicações e abordagens, pode-se avaliar, por exemplo, se há necessidade de realizar a quimioterapia num caso de tumor menos agressivo. Vale lembrar que, uma vez esclarecidas as possibilidades, os efeitos colaterais e impactos do tratamento, cabe à mulher decidir e cabe ao médico fazer o melhor atendendo a sua escolha.

Faz parte da humanização também o suporte de uma equipe multidisciplinar, atuando de forma integrada para suprir todas as necessidades da paciente. Assim, além de oncologista, mastologista, cirurgiões oncológico e plástico e radiologista, é importante contar com enfermagem especializada, nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta, entre outros profissionais.

É esse conjunto de diferenciais que disponibilizamos na BP, onde cuidamos da paciente com câncer de mama com os melhores e mais avançados tratamentos e cuidamos da mulher de maneira integral, nos colocando ao seu lado em tudo o que faz a diferença para enfrentar e superar a doença.

Fonte: Débora de Melo Gagliato Jardim – CRM/SP 124.597 e Manoel Carlos Leonardi de Azevedo Souza – CRM/SP 139.361

Data da última atualização: 28/9/2021