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Transplantes de medula óssea durante a pandemia: o que mudou?

A Covid-19 alterou a rotina de grande parte da população, especialmente a de pacientes que possuem um sistema imunológico mais comprometido e que, por isso, devem seguir à risca os cuidados de prevenção como lavar as mãos e manter o isolamento social

Uma das coisas que aprendemos neste ano de pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) é que pacientes imunossuprimidos tendem a ser suscetíveis a consequências mais graves de infecção pela Covid-19. A imunossupressão apresentada por essas pessoas pode ser decorrente de tratamentos, procedimentos médicos ou de algumas doenças que levam ao rebaixamento do sistema de defesa.

Os cânceres hematológicos trazem uma maior depressão imunológica para os pacientes uma vez que muitos deles envolvem o próprio sistema de defesa do organismo. Além dessa deficiência natural, para tratarmos essas doenças temos que atacar o tumor que se encontra no próprio sistema de defesa do indivíduo.

Uma das modalidades de tratamento utilizada é o transplante de medula óssea que substitui a medula do paciente doente por uma medula sadia de um doador. Esse tipo de transplante é chamado de alogênico. Já quando a medula é do próprio paciente e não do doador, o transplante é chamado de autólogo. Em ambos os casos o paciente passa por um período mais intenso de imunossupressão por conta das medicações que são utilizadas para realização do transplante e, no caso dos alogênicos, por conta de outros remédios que são aplicados após o procedimento, visando evitar rejeições.

Por isso, os cuidados com esses pacientes nos hospitais ao redor do mundo foram redobrados com a chegada da pandemia de Covid-19. Atualmente, restringe-se o trânsito de pessoas dentro de unidades especializadas, a movimentação do próprio paciente é controlada e são cumpridos protocolos de segurança para monitorar quem entra nas instituições e nos quartos.

Essas medidas se tornaram necessárias para minimizar o risco para o paciente antes, durante e após o transplante. Depois da alta, os principais cuidados, como a restrição de contato e de locomoção, também se intensificaram com a chegada da pandemia, uma vez que esse paciente pode manifestar formas mais graves de infecção pela Covid-19.

Diante de tudo isso, podemos afirmar que o melhor caminho é a prevenção, em todos os níveis, sempre a fim de evitar o contágio. Felizmente, essas adequações têm se refletido na confiança dos pacientes para a realização dos transplantes, permitindo que o tratamento necessário para curar a enfermidade hematológica tenha sucesso e possa ser feito dentro de um ambiente hospitalar da forma mais segura possível.

Fonte: Phillip Scheinberg CRM/SP 75.350

Data da última atualização: 7/1/2021