Doença

Osteoporose

Entendendo a doença

A osteoporose é uma doença caracterizada pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos mais porosos, frágeis e predispostos a fraturas. Estas ocorrem com mais frequência no quadril, no antebraço e nas vértebras da coluna, podendo, em alguns casos, acontecer sem que a pessoa perceba.

Segundo a International Osteoporosis Foundation (IOF), uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens acima dos 50 anos sofrerão uma fratura por fragilidade ao longo da vida. O risco é maior para as mulheres, especialmente após a menopausa, devido à redução na produção do estrogênio, hormônio com importante função de proteção da massa óssea.

A doença é mais comum na terceira idade, afetando principalmente idosos a partir dos 60 anos, mas também pode atingir indivíduos mais jovens devido a outras condições que promovem perda óssea. As fraturas associadas à osteoporose impactam a qualidade de vida, podendo causar dor crônica, deformidades, incapacidade física e necessidade de cirurgias e internações prolongadas. Além disso, após um paciente com osteoporose sofrer uma fratura por fragilidade, o risco de desenvolver uma nova fratura aumenta em 86%, comparado a pessoas que nunca tiveram fraturas.

As complicações da osteoporose podem levar à depressão, perda da independência e aumento da mortalidade. Estima-se que aproximadamente 5% dos indivíduos que sofrem uma fratura de quadril morrem durante a internação hospitalar, 12% falecem nos três meses seguintes e cerca de 20% no primeiro ano após a ocorrência.

A evolução da osteoporose é gradativa e progressiva. A fase que precede a osteoporose é chamada de osteopenia, na qual se identifica um enfraquecimento inicial dos ossos e uma massa óssea menor do que a normal. O acompanhamento médico nesse período é fundamental para prevenir as complicações.

É recomendado que mulheres a partir dos 65 anos e homens a partir dos 70 anos façam rastreamento da doença com realização regular de densitometria óssea. Esse exame também está indicado para mulheres após a menopausa, pessoas mais jovens que já tiveram fratura por fragilidade ou que apresentam outros fatores de risco para perda de massa óssea.

Fatores de risco

A osteoporose está associada a vários fatores de risco. Os principais são:

Fatores de risco não modificáveis

  • Idade: o risco de osteoporose aumenta com o avanço da idade, especialmente após os 60 anos.
  • Sexo feminino: as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver osteoporose, principalmente após a menopausa devido à redução dos níveis de estrogênio.
  • Histórico familiar: pessoas com parentes de primeiro grau com histórico de osteoporose ou fratura de quadril têm maior risco de desenvolver a doença.

Fatores de risco modificáveis

  • Deficiência de cálcio e vitamina D: ambos são fundamentais para o metabolismo ósseo.
  • Sedentarismo: falta de atividade física, especialmente exercícios de impacto e resistência, contribui para a perda óssea.
  • Tabagismo: o consumo de tabaco tem efeito prejudicial à resistência dos ossos.
  • Consumo excessivo de álcool: o uso de bebida alcoólica ≥ 3 doses/dia é fator de risco importante para osteoporose, além de aumentar também o risco de fraturas.
  • Baixo peso corporal: Indivíduos com IMC (Índice de Massa Corporal) menor do que 19kg/m² têm maior risco de desenvolver osteoporose.

Outros fatores de risco

Doenças associadas: várias são as doenças que podem interferir no metabolismo ósseo, contribuindo para uma perda de massa óssea de forma acelerada. Algumas das principais são a doença celíaca, doenças que causam má absorção intestinal, diabetes mellitus, anorexia nervosa, doenças hematológicas, neurológicas, HIV, alterações genéticas, entre outras.

Artrites e osteoporose: a artrite reumatoide é um importante fator de risco para osteoporose. Segundo dados da International Osteoporoses Foundation, pessoas com artrite reumatoide têm um risco 1,5 vezes maior de sofrerem uma fratura por fragilidade em comparação com a população em geral. Outras doenças reumatológicas, entre elas espondiloartrites e lúpus eritematoso sistêmico, podem levar a uma inflamação crônica que favorece a redução da densidade óssea. Pessoas com doenças reumatológicas também costumam fazer atividade física com menos frequência e, somado a isso, o tratamento dessas enfermidades pode envolver o uso prolongado de corticoide, potencializando ainda mais a perda óssea.

Uso prolongado de certos medicamentos: uso de corticoide por mais do que três meses, de anticonvulsivantes e anticoagulantes, entre outros, podem afetar o metabolismo ósseo, levando à perda óssea.

Sintomas

A osteoporose é uma doença silenciosa, ou seja, costuma passar despercebida até a ocorrência da primeira fratura. Perder 4 centímetros de altura ou mais em relação a altura que possuía aos 25 anos pode ser um alerta para fraturas nas vértebras da coluna. Estima-se que dois terços das fraturas das vértebras por osteoporose não dão sintomas e, com frequência, são diagnosticadas apenas em exames como a radiografia da coluna.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce da osteoporose é essencial para prevenir complicações e garantir a qualidade de vida. Para isso, os médicos utilizam:

  • Avaliação clínica: o médico avalia os fatores de risco do paciente e o histórico de fraturas por fragilidade. Essas fraturas acontecem com um trauma mínimo, como uma queda leve ou um tropeço dentro de casa, podendo indicar a presença de osteoporose.
  • Densitometria óssea: exame rápido e conclusivo, é indicado para avaliar a densidade dos ossos e identificar a perda óssea. Ele avalia a coluna lombar e o fêmur, regiões mais suscetíveis à perda óssea.
  • Raio-X da coluna: utilizado para identificar a ocorrência de fraturas vertebrais, especialmente em pacientes que apresentam diminuição da altura com o avanço da idade.
  • Exames de sangue: importantes para avaliar os níveis de cálcio, vitamina D e outros marcadores que podem indicar fatores de risco adicionais e causas secundárias para a perda óssea.

Tratamento

Não medicamentoso

Está baseado na adoção de um estilo de vida mais saudável, incluindo:

  • Uma dieta rica em cálcio: é essencial para a saúde óssea. A ingestão recomendada de cálcio pode ser alcançada por meio do consumo regular de leite e derivados, como queijo e iogurte, preferencialmente distribuídos em três a quatro porções diárias. Caso a ingestão alimentar não seja suficiente, pode ser necessário o uso de suplementação.
  • Manter uma dieta balanceada: rica em frutas e vegetais e proteínas, contribui positivamente para a saúde. É importante evitar alimentos ultraprocessados.
  • A vitamina D: é essencial para a absorção do cálcio e mineralização dos ossos. A exposição solar é uma das principais formas de obtenção de vitamina D, sendo recomendada a exposição solar antes das 10h e após as 16h. Para manter níveis adequados desse micronutriente, a suplementação de vitamina D costuma ser recomendada.
  • Prática regular de exercícios físicos: especialmente com carga e resistência, que estimulam a força e resistência óssea. Além disso, favorecem o aumento de força muscular e melhora do equilíbrio, contribuindo para prevenção de quedas, que podem levar a fraturas. Musculação, pilates, natação, caminhadas e dança são alguns dos exercícios que podem ser realizados.
  • Parar de fumar e limitar o consumo de álcool.
  • Para prevenir quedas: é preciso manter uma boa iluminação em casa; evitar uso de tapetes e outros objetos (como fios soltos no chão) que podem levar a pessoa a tropeçar; não deixar o piso molhado ou encerado (pode ficar escorregadio); usar sapatos fechados e com solado antiderrapante.

Medicamentoso

O tratamento medicamentoso abarca diferentes abordagens, que são definidas em função das características e necessidades de cada paciente. Entre os recursos disponíveis estão:

  • Medicamentos antirreabsortivos: Reduzem a destruição óssea ao inibir a ação dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea, um processo natural do nosso organismo. Esses medicamentos são indicados geralmente como primeira linha de tratamento. Dentro dessa categoria, existem diferentes opções: bisfosfonatos (como alendronato, risedronato, ácido zoledrônico), denosumabe e raloxifeno.
  • Medicamentos anabólicos: Estimulam a formação óssea, sendo indicados para casos mais graves, pacientes com histórico de múltiplas fraturas ou falha ao tratamento com as medicações antirreabsortivas. São exemplos dessa classe: teriparatida e romosozumabe. Esses medicamentos são administrados por injeção subcutânea e têm alto custo.

O tratamento medicamentoso é de longo prazo, realizado ao longo de anos, a depender da resposta ao tratamento e da gravidade do quadro. Os principais objetivos do tratamento são a prevenção de fraturas e melhora da massa óssea. O acompanhamento periódico com exames de sangue e densitometria óssea é essencial para avaliar a evolução do quadro e fazer ajustes, se necessário.

Prevenção

Como o risco de osteoporose aumenta com a idade, especialmente após os 60 anos, é importante adotar hábitos saudáveis desde cedo. Veja algumas orientações:

  • Tenha uma alimentação balanceada, incluindo ao menos três porções diárias de alimentos com cálcio, provenientes de leite e derivados. Inclua também legumes, vegetais, peixes e frutos do mar. Um plano alimentar equilibrado, orientado por um nutricionista, pode ser útil para pessoas com risco aumentado.
  • Inclua atividades físicas na sua rotina. Práticas como caminhada, musculação e pilates, ajudam a fortalecer os ossos e prevenir quedas.
  • Tome sol nos horários adequados (antes das 10h e após as 16h). A prática ajuda a manter o organismo com níveis adequados de vitamina D. Caso haja déficit, o médico poderá indicar a suplementação.
  • É importante evitar o hábito de fumar para prevenir seus efeitos deletérios sobre a massa óssea.
  • Evite o consumo de álcool. Isso pode ajudar a evitar o enfraquecimento dos ossos e reduzir o risco de fraturas.
  • Pessoas com fatores de risco para osteoporose (mais de 60 de idade, mulheres pós-menopausa e indivíduos com histórico familiar associado, por exemplo) devem fazer acompanhamento médico com regularidade e conforme indicado pelo profissional e realizar exames como a densitometria óssea.
  • Pacientes que fazem uso de prolongado de corticoides, anticonvulsivantes ou outros medicamentos que afetam o metabolismo ósseo devem ter acompanhamento médico regular para avaliar a saúde óssea.
  • Pessoas com doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, doenças que causam problemas na absorção dos alimentos (doença celíaca ou indivíduos que realizaram cirurgia bariátrica) e outras doenças crônicas devem fazer um acompanhamento médico para obter melhor controle dessas enfermidades, receber suplementação com cálcio e vitamina D quando indicado e avaliar periodicamente a sua massa óssea.

Novidades

Um importante avanço na luta contra osteoporose foi a chegada dos medicamentos anabólitocos, sendo o mais recente o romosozumabe, um fármaco com dupla função: reduz a reabsorção e perda de massa óssea, além de também aumentar a formação óssea, garantindo um ganho importante da massa óssea. Ele pode ser indicado para casos graves e com muito alto risco de fratura. É injetável, de aplicação subcutânea.

Nossos diferenciais

Somos um centro de excelência preparado para o eficiente diagnóstico e tratamento da osteoporose. Contamos com uma equipe médica e multidisciplinar altamente qualificada e uma estrutura completa para oferecer o melhor cuidado aos pacientes, entre eles os idosos, a população mais afetada pela doença.

Nosso centro diagnóstico oferece um portfólio completo de exames laboratoriais e de imagem, incluindo modernos equipamentos de densitometria óssea, recurso fundamental para o diagnóstico e acompanhamento dos casos de osteoporose ou osteopenia.

Outro diferencial é o nosso Centro de Infusão, onde os pacientes podem receber de forma rápida as medicações endovenosas ou subcutâneas com segurança e comodidade.

O espaço foi projetado para garantir conforto e privacidade, com boxes individuais e uma equipe de enfermagem especializada. Antes da administração da medicação, o paciente passa por uma avaliação criteriosa, que inclui:

  • Triagem pela enfermagem: verificação de sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura.
  • Avaliação médica: o médico analisa se o paciente está apto a receber a medicação, garantindo maior segurança e eficácia no tratamento.

Nosso Centro de Infusão também se destaca pelo alto padrão de armazenamento e administração dos medicamentos, assegurando sua qualidade e eficácia.

A osteoporose é uma doença que pode exigir uma abordagem integrada, algo que estamos preparados para proporcionar aos nossos pacientes com uma equipe multidisciplinar composta por reumatologistas, ortopedistas, fisioterapeutas, endocrinologistas e outros especialistas. Esse suporte permite um acompanhamento abrangente, essencial para tratar a doença de forma eficaz e prevenir complicações. Além disso, contamos com uma completa estrutura para atendimento de pacientes que sofreram fraturas, inclusive aqueles que demandam cirurgias e internações.

Fonte: Dra. Jeane Barco dos Santos – CRM/SP 211053