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As arritmias cardíacas são distúrbios elétricos do batimento do coração que podem fazê-lo trabalhar em ritmo mais acelerado (taquicardia) ou mais lento (bradicardia). Comumente, os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 100 por minuto em repouso, variando em situações de esforço físico.
As arritmias podem afetar pessoas de todas as idades. É um dos males do coração mais frequentes, afetando 1 em cada 10 pacientes cardiológicos atendidos nos ambulatórios.
Quando a arritmia cardíaca se manifesta em crianças, jovens e adultos com menos de 50 anos geralmente é congênita, ou seja, a pessoa já nasceu com o problema. Mas há também arritmias adquiridas, derivadas de outras doenças e, muito frequentemente, do processo de envelhecimento, particularmente após os 60 anos.
Muitas pessoas podem ter arritmia e não sofrer com isso. Em outros casos, o distúrbio pode evoluir para quadros mais severos, provocando a insuficiência cardíaca e até a morte súbita. A boa notícia é que mesmo os casos mais graves, quando tratados a tempo, têm grandes chances de cura.
As arritmias cardíacas são divididas entre:
Além disso, são distinguidas de acordo com as partes afetadas do coração:
Um dos principais tipos de taquicardia supraventricular é a fibrilação atrial, a arritmia mais frequentemente encontrada nos serviços de urgência (prontos-socorros). Nesses casos, os átrios se contraem como se estivessem tremendo e enviam múltiplos impulsos, fazendo muitas vezes o número de batidas do coração dobrar. Com o tempo, a fibrilação atrial acaba por causar lesões no coração e provocar outras complicações. Esse tipo de arritmia é responsável por aproximadamente 30% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquêmicos (causados pela falta de sangue em uma área do cérebro por conta da obstrução de uma artéria). Estimativas indicam que 10% das pessoas com 80 anos ou mais são portadores de fibrilação atrial.
As palpitações são os sintomas mais frequentes das arritmias. Mas, além delas, a doença por se manifestar de outras formas:
Muitos pacientes com arritmia cardíaca são assintomáticos.
Depois de avaliação clínica e exame físico, o primeiro exame que o médico solicitará para fazer o diagnóstico é o eletrocardiograma (ECG), que traduz em sinais gráficos a atividade elétrica do coração. O ideal é que seja realizado na presença dos sintomas, pois o exame não ajudará muito se a arritmia já tiver normalizada.
Para refinar a investigação, pode ser realizado o Holter de 24 horas, exame que registra o batimento cardíaco da pessoa durante as atividades rotineiras ao longo de um dia. Outro recurso é o Holter prolongado, que faz o acompanhamento ao longo de 7 a 14 dias.
Se ainda restarem dúvidas, o médico pode indicar o sistema Looper, monitor de eventos de longa duração. Ele é muito parecido com o sistema de Holter, mas pode ser acionado pelo paciente no momento em que ocorrem os sintomas para que sejam registradas as variações eletrocardiográficas. Ele pode ser utilizado por até 30 dias.
Caso sejam necessários mais detalhes, o próximo recurso será o monitor de evento implantável (um tipo de Looper), procedimento pouco invasivo, realizado por meio de um dispositivo implantado no tórax do paciente, registrando todos os eventos por mais de três anos.
Em alguns casos, pode ser necessário o estudo eletrofisiológico, que é semelhante ao cateterismo cardíaco e serve para avaliar os distúrbios do ritmo do coração.
Em geral, durante a investigação, o médico também solicita exames complementares para identificar as causas da arritmia, como dosagens hormonais, ecocardiograma e angiografia, entre outros.
Saiba mais: a arritmia cardíaca também pode ser detectada por meio do autoexame dos pulsos, prática recomendada pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
Muitas arritmias não precisam de tratamento. Para algumas, podem ser prescritos medicamentos de controle (betabloqueadores, bloqueadores de cálcio e antiarrítmicos), além de mudanças no estilo de vida. Nesse caso, não existe cura da arritmia, mas melhora clínica.
Outros casos exigem estratégias terapêuticas diferenciadas, sempre levando em conta o quadro clínico do paciente, o tipo de arritmia e se ela é ou não reversível. Arritmias provocadas por alterações na tireoide, por exemplo, desaparecem com o tratamento da doença de base.
Entre os outros recursos terapêuticos estão:
Muitas arritmias são congênitas. Para as adquiridas, os principais fatores de risco são:
A estratégia de prevenção das arritmias cardíacas evitáveis é a mesma indicada para as doenças coronarianas:
As arritmias cardíacas constituem um dos campos de pesquisa mais ativos da medicina contemporânea. Por essa razão, anualmente as diretrizes são atualizadas e novas formas de tratamento ou investigação são acrescentadas.
Recentemente, um desses estudos atestou a superioridade dos tratamentos por ablação em relação ao tratamento clínico para fibrilação atrial. Após um ano de tratamento, 75% dos pacientes submetidos à ablação estavam sem arritmia. No tratamento clínico, o índice ficou em 45%. Trata-se de um dado importante para orientar a escolha entre as estratégias terapêuticas.
Além disso, as técnicas de ablação seguem evoluindo. Para arritmias ventriculares foi desenvolvida a técnica de radioablação, que aplica radiação em partes específicas do músculo do coração. O recurso se mostrou especialmente útil em pacientes com coração com muita fibrose, um problema comum em casos de isquemia e doença de Chagas. A técnica já vem sendo aplicada nos Estados Unidos, mas ainda não está disponível no Brasil.
Outra novidade que está para vir para o nosso País é a ablação por eletroporação, técnica de geração de microlesões controladas no músculo cardíaco por meio de pulsos elétricos (fases). Estudos indicam que a eletroporação oferece um patamar de segurança superior em comparação com os outros métodos de ablação (calor gerado pela radiofrequência ou frio na crioablação).
Tradicional centro de cardiologia do País, somos referência no diagnóstico e tratamento das arritmias cardíacas. Contamos com uma equipe de renomados cardiologistas e eletrofisiologistas e recursos tecnológicos de primeira linha – dos mais modernos métodos gráficos para os exames diagnósticos ao que há de mais avançado no Brasil para os vários tipos de tratamento.
Somos hoje a instituição com o maior número de salas dedicadas tanto à hemodinâmica como à eletrofisiologia para a realização das investigações e tratamentos das arritmias. Podemos executar todas as formas de ablação que existem no Brasil: a convencional por radiofrequência, a crioablação e a ablação em 3D com mapeamento eletroanatômico. Disponível em poucos centros no País, o mapeamento eletroanatômico oferece precisão extra ao procedimento.
Também somos uma das poucas instituições do Brasil que realizam a cardioneuroablação (leia mais em Tratamento). O desempenho diferenciado na utilização dessa técnica inovadora rendeu aos eletrofisiologistas da BP um prêmio no Congresso Mundial de Arritmias de 2019, realizado em Buenos Aires.
Vale destacar ainda que, diferentemente da maioria das instituições médicas do País, temos equipamentos de eletrofisiologia fixos e sempre disponíveis para uso. Isso significa que não dependemos de agendamento com as empresas que costumeiramente fornecem esses equipamentos, o que nos dá total flexibilidade para programação dos procedimentos, inclusive os emergenciais.
Na BP, os pacientes contam, ainda, com Pronto-Socorro com cardiologista 24 horas e UTI exclusiva para pacientes cardiológicos, uma das mais bem equipadas do País. Além disso, quem será submetido à ablação ou a qualquer outro tipo de tratamento de arritmia, tem à disposição a maior equipe de cirurgia cardíaca do Brasil, caso aconteçam intercorrências.
Fonte: Fábio Kirzner Dorfman – CRM 96.428 SP
Para agendar consultas e exames você pode ligar em nossa Central de Atendimento 3505-1000 ou, se preferir, realizar o agendamento online.