Infarto Agudo do Miocárdio

Entendendo a doença

O infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco) é caracterizado pela morte das células do músculo do coração (o miocárdio) provocada por coágulos que entopem as artérias coronárias, interrompendo o fluxo do sangue para a região.

O problema não surge de repente. Na maioria das vezes, é consequência da aterosclerose, doença progressiva caracterizada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nos vasos sanguíneos, chamadas ateromas. Quando essas placas se rompem, emitem trombos que podem obstruir a circulação sanguínea.

O infarto precisa de atendimento imediato. Quando maior a demora, maiores os danos e o risco de óbito. É a segunda doença cardiovascular mais comum no Brasil, ficando atrás apenas da hipertensão arterial. Estima-se que 300 mil pessoas morram por ano no Brasil vítimas de infarto.


Tipos

Existem dois tipos de infarto agudo do miocárdio. No infarto clássico, ocorre a obstrução total da artéria coronária, levando a alterações eletrocardiográficas bem nítidas no eletrocardiograma. Tecnicamente, ele é chamado de infarto com supradesnivelamento do segmento ST.

Em outros casos, não ocorre a interrupção total da passagem de sangue e há poucas alterações detectáveis pelo eletrocardiograma. Esse é o infarto sem supradesnivelamento do segmento ST.


Sintomas

Os sintomas do infarto são dor, queimação ou desconforto no peito, podendo irradiar para o braço esquerdo ou para a base da mandíbula. Às vezes, a dor se manifesta na região do estômago ou nas costas. Intensas e prolongadas, em muitos casos as dores são acompanhadas de náuseas e vômitos.


Diagnóstico

Além da avaliação clínica do paciente, alguns exames devem ser feitos para obtenção do diagnóstico do infarto agudo do miocárdio. O recurso básico é o eletrocardiograma, um exame simples e não invasivo que permite avaliar a atividade elétrica do órgão e que pode indicar alterações compatíveis com a doença.

A comprovação diagnóstica é feita por meio de teste para identificar a presença de algumas enzimas características da morte das células do músculo cardíaco. Quanto maior a alteração, maior é o tamanho do infarto, ou seja, maior é a área afetada. A testagem de enzimas é especialmente útil para verificar a ocorrência dos infartos que não são detectados com clareza pelo eletrocardiograma (leia mais em Tipos).


Tratamento

O objetivo principal do tratamento do infarto agudo do miocárdio é a desobstrução da artéria entupida.

Angioplastia coronária: esse é o tratamento padrão ouro e a literatura mostra que é a opção mais segura e que traz os melhores resultados. Um pequeno cateter-balão é inserido no corpo do paciente por meio de uma punção arterial (geralmente no punho) e, guiado por tecnologia de imagem, é conduzido até o local do entupimento da artéria. O cateter-balão leva com ele um stent, um dispositivo capaz de manter a artéria aberta. Ao ser inflado, o balão efetua a desobstrução e o stent é instalado. Depois disso, o cateter-balão é retirado e o stent é mantido. Atualmente já estão em uso stents farmacológicos, que contam com uma medicação acoplada que age para impedir a ocorrência de novas obstruções nas áreas afetadas.

Uso de trombolíticos: alternativa baseada na administração de medicamentos (os chamados trombolíticos) capazes de dissolver os trombos que causam os entupimentos. Apesar de apresentar eficácia satisfatória na desobstrução dos vasos, só deve ser uma opção quando não existe a possibilidade de realizar a angioplastia coronária. O uso de trombolíticos pode causar hemorragias e favorecer a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC).

IMPORTANTE: o tempo de atendimento é vital. Quanto mais rapidamente começarem as intervenções terapêuticas, menos células do miocárdio morrerão e menos complicações o paciente sofrerá. O ideal é chegar ao pronto-socorro em até no máximo três horas após o início dos sintomas. No hospital, o tempo entre a chegada do paciente e a realização do procedimento para desobstrução do vaso não deve exceder 90 minutos. Esse intervalo é conhecido como tempo porta-balão. A administração dos trombolíticos deve ocorrer em até 10 minutos após a chegada à unidade hospitalar.


Fatores de risco

Incontroláveis:

  • Herança genética.
  • Envelhecimento.

Controláveis:

  • Tabagismo
  • Diabetes mellitus
  • Hipertensão arterial (pressão alta)
  • Obesidade
  • Sedentarismo
  • Estresse
  • Depressão

Prevenção

A melhor forma de prevenir o infarto é evitar os fatores de risco controláveis. Isso significa:

  • Manter uma alimentação saudável, baseada em verduras, grãos, legumes, fibras e frutas, evitando o as carnes vermelhas. Em se tratando de proteínas, as melhores opções são peixe e frango sem a pele, que é a parte mais gordurosa.
  • Controlar o peso, mantendo-o em uma relação equilibrada com a altura.
  • Realizar atividades físicas aeróbicas (caminhar, correr, nada, pedalar, etc.) pelo menos três vezes por semana. Na hora da escolher a atividade é recomendável pedir orientação ao cardiologista sobre a prática mais indicada.
  • Não fumar e evitar o fumo passivo. O cigarro é muito prejudicial para o coração e a circulação sanguínea como um todo.
  • Os diabéticos precisam manter sua taxa glicêmica sempre sob controle. O diabetes mellitus, ao lado do tabagismo, constituem os principais fatores de risco controláveis para o infarto.
  • O mesmo vale para os hipertensos, que devem manter a pressão arterial em níveis adequados.
  • Controlar o estresse. Além de exercícios físicos, atividades recreativas e prazerosas como se dedicar a um hobby ou tocar um instrumento, são recomendáveis. Yoga e práticas meditativas também favorecem o relaxamento.
  • Realizar exames cardiológicos anualmente a partir dos 40 anos ou antes, a partir dos 35 anos, se tiver histórico de doenças cardiovasculares na família. Esse cuidado ajuda a detectar precocemente problemas que podem levar ao infarto.

Novidades

A angioplastia vem se beneficiando com a constante evolução dos balões e stents, que estão cada vez mais seguros e eficazes. Os stents também estão mais finos, o que facilita a realização dos procedimentos e aumenta a eficácia. Seguem em desenvolvimento novas versões, indicando que o progresso nesse campo continuará em marcha.

Outra frente de avanços está relacionada com os novos medicamentos orais administrados junto com a angioplastia para evitar a formação de trombo nos locais onde são instalados os stents. As inovações se completam com técnicas de ultrassom intracoronariano que contribuem para a adequada colocação dos stents.


Diferenciais BP

Somos um dos maiores centros cardiológicos do País, com tradição e larga experiência no cuidado do infarto agudo do miocárdio. Na BP você conta com equipes médicas e paramédicas muito bem treinadas para a rápida identificação e efetivo tratamento da doença. Isso é comprovado pelos nossos indicadores de assistência, que são controlados por rigoroso protocolo e seguem as diretrizes nacionais e internacionais. Nosso tempo porta-balão (leia mais em Tratamento) está entre os menores do mundo, o que significa ganhos inestimáveis para os pacientes.

Além de um Pronto-Socorro com atendimento ininterrupto, nosso Centro de Hemodinâmica funciona 24 horas por dia com equipes de prontidão para atender os pacientes infartados. Lá, dispomos de equipamentos de última geração para a realização das angioplastias com segurança e eficácia. Somos também uma das poucas instituições de saúde no Brasil habilitadas para fazer a ultrassonografia intracoronariana, técnica que garante maior precisão dos procedimentos para desobstruir os vasos e implantar os stents.

Após a angioplastia nossos pacientes vão para uma unidade coronariana, um setor focado nos cuidados pós-infarto, onde são atendidos por cardiologistas especializados e equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. Tão importante quanto todos esses recursos são dois outros elementos que fazem parte do nosso jeito de cuidar: acolhimento do paciente e de seus familiares e atendimento humanizado.

Fonte: José Armando Mangione – CRM 31.002 SP

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