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A insuficiência da válvula mitral é uma doença que provoca um comprometimento dos folhetos (membranas) dessa válvula, fazendo com que ela não se feche corretamente. Com isso, parte do sangue que deveria ir para o ventrículo esquerdo reflui para o átrio desse mesmo lado do coração. O normal é que, com movimentos de abertura e fechamento, os folhetos controlem o fluxo do sangue numa única direção: do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. Quando a válvula mitral não fecha adequadamente, parte do sangue volta para o átrio esquerdo, sobrecarregando o coração e os pulmões. A evolução da doença pode levar à insuficiência cardíaca e a anormalidades no ritmo do coração.
A insuficiência da válvula mitral afeta principalmente pessoas com mais idade. Sua incidência tem crescido com o aumento da longevidade da população. Atualmente, é a principal doença das válvulas do coração.
Há dois tipos de insuficiência da válvula mitral:
Falta de ar e palpitação são os dois principais sintomas da insuficiência da válvula mitral.
Seu cardiologista poderá suspeitar de insuficiência da válvula mitral se, durante o exame clínico, constatar sopro cardíaco, um ruído atípico observado durante passagem do sangue no coração. Para confirmar o diagnóstico, ele solicitará a realização de um ecocardiograma, que permitirá constatar se há ou não refluxo do sangue para o átrio esquerdo.
O tipo de tratamento varia de acordo com a gravidade da doença e o quadro clínico do paciente. Em muitos casos, a administração de medicamentos, como diuréticos e vasodilatadores, pode controlar adequadamente a insuficiência mitral. Quando o comprometimento da válvula for mais grave, é preciso reparar a válvula ou substituí-la.
Atualmente, o procedimento mais adotado é a cirurgia convencional, com abertura do tórax, para realizar a plastia da válvula do paciente, isto é, conservando a própria válvula; ou para substituir a válvula defeituosa por uma prótese mecânica (feita de material sintético) ou biológica (feita de pericárdio do coração de boi ou de porco).
A cirurgia é realizada com anestesia geral e exige a utilização de um equipamento de circulação extracorpórea, porque é preciso parar o coração para que o cirurgião consiga realizar o procedimento. O período de internação varia de 5 a 7 dias, e o paciente retoma as atividades de rotina depois de aproximadamente um mês.
Mais recentemente, foi criada uma técnica menos invasiva, por cateterismo, para o tratamento da insuficiência da válvula mitral: o MitraClip®. Levado até a válvula por um cateter introduzido na veia femoral por meio de uma punção na região da virilha, o clipe mitral é usado para aproximar (clipar) os folhetos, fazendo com que se unam normalmente e não deixem mais o sangue refluir para o átrio esquerdo. O uso de imagens de ecocardiograma transesofágico e raio X para guiar o procedimento é fundamental para que ele seja bem-sucedido.
Esse tipo de intervenção exige apenas anestesia local. O período de internação é de 24 a 48 horas, e o paciente pode retomar suas atividades de rotina logo após a alta hospitalar.
O clipe mitral é adotado no tratamento da insuficiência primária ou secundária, mas o ecocardiograma transesofágico é o exame que define se esse dispositivo pode ou não ser utilizado.
A idade é o principal fator de risco para insuficiência da válvula mitral, que pode sofrer um processo de degeneração à medida que envelhecemos.
Embora atualmente mais rara, a febre reumática, conhecida popularmente como reumatismo no sangue, também pode causar o comprometimento do aparelho valvar. A febre reumática costuma ser provocada por uma infecção nas amígdalas (amigdalite) que atinge a corrente sanguínea, o que pode levar bactérias a se instalarem nos folhetos da válvula mitral.
Uma das maneiras de prevenir a ocorrência da insuficiência da válvula mitral é tratar adequadamente a pressão arterial nos casos de pacientes hipertensos. Com o decorrer dos anos, a hipertensão pode levar a uma dilatação do ventrículo esquerdo e ocasionar o aparecimento da doença.
Outra forma bem conhecida de prevenção é manter uma vida saudável, com dieta equilibrada, evitar o sobrepeso e o tabagismo, praticar exercícios regularmente, controlar diabetes, colesterol e hipertensão. Isso ajuda a prevenir uma série de doenças e, caso seja preciso realizar uma cirurgia ou um procedimento intervencionista, o paciente estará em melhores condições físicas.
No caso da febre reumática, é importante procurar o atendimento médico sempre que apresentar um quadro de amigdalite para receber o tratamento adequado. E se você tem 40 anos ou mais, é recomendável realizar um check-up cardíaco anualmente.
Muitos casos de insuficiência da válvula mitral estão associados ao envelhecimento, um fator de risco que não temos como controlar.
Ainda relativamente novo, o uso do MitraClip® para tratamento da insuficiência valvar mitral deve crescer. Além disso, em aproximadamente um ano, outro sistema de clipagem deverá estar disponível: o Pascal. O objetivo do novo dispositivo é o mesmo: juntar os folhetos para que eles voltem a funcionar normalmente, impedindo o refluxo do sangue para o átrio esquerdo. O diferencial do Pascal é o design aprimorado para facilitar a captação dos folhetos durante o procedimento.
Tratamento clínico, cirúrgico ou por cateterismo? Na BP, contamos com uma qualificada equipe de médicos especializados – cardiologistas clínicos, cirurgiões cardíacos e cardiologistas intervencionistas – preparada para estabelecer e executar a melhor estratégia de cuidado para cada paciente com insuficiência da válvula mitral.
Ao diferencial dos recursos humanos, soma-se nosso robusto parque de tecnologias para diagnóstico e tratamento. Dispomos dos mais avançados recursos para a realização de cirurgias de grande porte, como a substituição ou plastia da válvula mitral, e de um completo centro de hemodinâmica para procedimentos intervencionistas. Entre outras tecnologias, vale citar o ecocardiograma transesofágico, equipamento fundamental para o tratamento; e o sistema digital Flat Panel, que proporciona maior nitidez e precisão das imagens, fator importante na realização dos procedimentos.
A vasta experiência, os altos padrões de qualidade e segurança do paciente, o histórico de realizações pioneiras e a capacidade de nos manter sempre em sintonia com os avanços da medicina cardiológica fizeram da BP um centro de referência em cardiologia. Um lugar que acolhe o paciente e cuida dele com os melhores recursos assistenciais e altas doses de humanização no atendimento.
Para agendar consultas e exames você pode ligar em nossa Central de Atendimento 3505-1000 ou, se preferir, realizar o agendamento online.