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As leucemias são um tipo de câncer que afeta a medula óssea. Tecido esponjoso que preenche os ossos das extremidades, costelas, vértebras, bacia e crânio, a medula óssea é responsável pela produção de todas as células que circulam em nosso sangue, cada uma delas com funções específicas: os glóbulos brancos (leucócitos), responsáveis pelo nosso sistema de defesa (sistema imunológico); os glóbulos vermelhos (hemácias), que transportam oxigênio no sangue para tecidos e órgãos; e as plaquetas, que atuam no processo de coagulação. Essas células são originadas na medula a partir das células progenitoras, também conhecidas como células-mãe ou células-tronco. Ali passam por um processo de amadurecimento e depois são liberadas na circulação para exercerem suas funções.
Todos os dias, bilhões de células são produzidas na nossa medula óssea e bilhões são destruídas e eliminadas na circulação. Em condições normais, esse equilíbrio garante um número estável de células circulantes no sangue. Porém, há doenças que podem acometer a medula e as células dela provenientes.
A cada ano, ocorrem no Brasil 10.800 novos casos de leucemia, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Existem vários tipos de leucemias, que se diferenciam de acordo com as células onde se originam. As mais comuns são a leucemia linfoide (originária dos linfócitos) e a leucemia mieloide (originária dos neutrófilos). Conforme a gravidade da doença, elas podem ser agrupadas em:
As leucemias crônicas não costumam apresentar sintomas nas fases iniciais, podendo passar despercebidas durante anos. Eles geralmente aparecem quando a doença já atingiu a fase aguda.
Os principais sinais e sintomas são:
O exame inicial que poderá levar seu médico a suspeitar de leucemia é o hemograma completo, que permite quantificar o número de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas no sangue. As leucemias provocam alterações nos resultados, em geral um número elevado de leucócitos (glóbulos brancos), associado ou não à diminuição das hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas.
Além do hemograma, outros exames podem ser solicitados, como a citometria de fluxo, que analisa diversos parâmetros de células ou partículas em suspensão, e a citogenética, que investiga eventuais alterações nos cromossomos.
Caso sejam constatadas alterações significativas, seu médico provavelmente solicitará um exame de medula óssea (mielograma). Realizado a partir de punção, ele permite analisar o sangue presente na medula ou, em alguns casos, o próprio tecido medular, e identificar qual o tipo de célula anormal está afetando o funcionamento da medula. É esse exame que dá o diagnóstico definitivo de leucemia.
A maioria dos pacientes é diagnosticada ainda na fase crônica da doença.
Na leucemia linfoide crônica (LLC), a gravidade do caso é avaliada de acordo com o aumento de gânglios e do baço e dos níveis de linfócitos, hemoglobina e plaquetas na circulação sanguínea. A leucemia mieloide crônica (LMC) é dividida em três fases, de acordo com as características do quadro do paciente: crônica, acelerada e blástica, esta última caracterizada pela rápida proliferação de células imaturas (blastos), passível de evoluir para uma leucemia aguda.
Nas leucemias agudas, os fatores observados para definir os riscos e a agressividade da doença são o tipo de célula acometida e o número de blastos, leucócitos, hemoglobina e plaquetas circulantes, além de alterações dos cromossomos nas células da medula óssea.
O tratamento padrão em todos os casos de leucemia aguda é a quimioterapia, seguida ou não de transplante de medula óssea. Essa primeira intervenção quimioterápica é chamada de quimioterapia de indução e, por ser bastante agressiva para a medula óssea, exige que o paciente seja internado para sua administração.
Na maioria dos casos, as leucemias agudas respondem bem à quimioterapia de indução, com diminuição do número de blastos na circulação sanguínea e na medula óssea. Após essa primeira fase, é fundamental dar continuidade ao tratamento, uma vez que é grande o risco de retorno da doença. Essa segunda etapa, chamada de tratamento de consolidação, envolve quimioterapia e/ou transplante de medula óssea, dependendo do quadro do paciente.
Na leucemia mieloide crônica, o transplante de medula óssea não é mais indicado como primeiro tratamento. Ele foi substituído por medicações orais bastante eficazes do grupo dos inibidores da tirosina quinase (imatinibe, nilotinibe e dasatinibe). Baseados no conceito de terapia-alvo, esses medicamentos agem especificamente nas células doentes.
Na leucemia linfoide crônica, a recomendação pode ser apenas o acompanhamento médico para observação do paciente, principalmente quando a doença se encontra em estágio inicial. Quando há indicação de tratamento, a maior parte dos pacientes apresenta boa resposta.
Os dois tipos de leucemia crônica costumam ter prognóstico favorável, com controle da doença por muitos anos após o diagnóstico.
Na maioria dos casos, não se sabe o que leva ao aparecimento das leucemias. Há, porém alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença, mas eles são observados apenas em uma minoria dos pacientes diagnosticados:
Se você já passou dos 60 anos, é bom ficar atento a eventuais sintomas, pois a maioria das leucemias crônicas ocorre em pessoas com mais idade.
Como na grande maioria dos casos são desconhecidas as causas que levam ao surgimento das leucemias, não há indicação de medidas para prevenir a doença.
A terapia-alvo desponta como uma das novas frentes para o enfrentamento das leucemias. Novos medicamentos capazes de identificar e atacar alvos específicos das células malignas vêm sendo testados com sucesso. Eles podem ser ministrados isoladamente ou associados à quimioterapia, visando potencializar seu efeito.
Atualmente, essa abordagem terapêutica está direcionada a células com mutações nos genes FLT 3 ou IDH1 e IDH2, responsáveis pela produção das proteínas homônimas. A terapia-alvo visa bloquear em nível celular a ação dessas proteínas. As mutações no gene FLT 3 fazem com que as células cresçam e se multipliquem desordenadamente, enquanto as associadas ao IDH1 e IDH2 podem impedir o amadurecimento das células, um dos mecanismos que leva ao surgimento das leucemias (veja Entendendo a Doença).
Na BP, você encontra um centro de saúde preparado para realizar um diagnóstico preciso e oferecer o melhor tratamento para todos os tipos de leucemia, o que exige cuidados especializados e multidisciplinares.
Formada por hematologistas, oncologistas, cirurgiões, radiologistas, radioterapeutas e anatomopatologistas, nossa equipe atua de maneira integrada e realiza reuniões conjuntas periódicas para definir a estratégia de tratamento mais indicada para cada paciente e acompanhar sua evolução.
Outro diferencial é a nossa experiência em transplantes de medula óssea. Somos responsáveis pelo maior número desses procedimentos realizados em hospitais privados do Brasil e estamos entre as três instituições que mais fazem esse tratamento no atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com processos eficientes, fluxos bem-estabelecidos, práticas da medicina baseada em evidências científicas e uma estrutura de salas especialmente preparadas para esse tipo de intervenção, realizamos cerca de 120 transplantes de medula óssea por ano. Associado à expertise de nosso corpo clínico e à humanização que caracteriza nossa maneira de cuidar, é esse conjunto de elementos que faz da BP uma referência nesse tipo de procedimento.
Agende suas consultas ou exames com nossos profissionais
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