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O câncer de pâncreas é uma doença originada a partir da formação anormal e descontrolada de células nessa importante glândula do sistema digestivo. Localizado próximo ao estômago e intestino, o pâncreas é responsável pela produção de enzimas pancreáticas envolvidas na digestão dos alimentos.
No Brasil, o câncer de pâncreas representa cerca de 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados. É uma doença mais agressiva e de difícil detecção.
Raros antes dos 30 anos, os tumores desse tipo tornam-se mais comuns a partir dos 60 anos. A incidência é maior no sexo masculino.
O tipo mais comum de tumor de pâncreas é o adenocarcinoma, que se origina no tecido glandular. Ele representa até 95% das lesões diagnosticadas.
Os outros 5% são os tumores neuroendócrinos, formados nas células que produzem os hormônios. É o chamado câncer pancreático endócrino.
Na maioria dos casos, o câncer de pâncreas se desenvolve de forma silenciosa, o que dificulta sua detecção em estágios mais precoces. De maneira geral, a doença só se manifesta quando as células cancerígenas já invadiram a corrente sanguínea ou os órgãos vizinhos.
Quando aparecem, os sintomas costumam ser inespecíficos, pois podem estar relacionados com outros problemas de saúde. Os mais comuns são:
Se suspeitar de alguma anormalidade no pâncreas, seu médico solicitará a realização de exames de imagens, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada. Geralmente, também são realizados exames de sangue, entre eles, a dosagem dos marcadores tumorais CA 19-9 (antígeno carboidrato) e CEA (antígeno carcinoembrionário) e das bilirrubinas (que, em níveis elevados, indica icterícia).
A eventual elevação do CA 19-9 deve ser interpretada com cautela, pois outras doenças podem provocar aumento desse antígeno no sangue.
O diagnóstico é fechado por meio de biópsia, procedimento geralmente guiado por imagem (ultrassom, tomografia ou ultrassonografia endoscópica) para extração do material a ser submetido à análise anatomopatológica, que confirmará ou não a presença do tumor.
No caso de diagnóstico positivo, seu médico avaliará o estágio da doença. Nesse processo, chamado estadiamento, são analisados o tamanho do tumor, se ele está restrito ao pâncreas, se invadiu vasos e nervos locais ou se já atingiu outros órgãos.
Nessa fase, dependendo do quadro, o médico poderá pedir a realização de exames complementares, como PET CT (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons), ou a repetição de exames anteriores.
Quando o tumor é considerado ressecável cirurgicamente (ou seja, pode ser retirado com margens cirúrgicas livres de células malignas), o médico poderá solicitar uma laparoscopia diagnóstica no pré-operatório para avaliar se a doença não se espalhou pelo abdome.
Considerado um tumor agressivo, o câncer de pâncreas exige abordagem multidisciplinar de uma equipe especializada. O tratamento varia de acordo com o estágio da doença.
Quando o tumor é classificado como ressecável, isto é, passível de ser operado, uma vez que não envolveu nenhum vaso, nervo ou órgão que comprometa a qualidade da cirurgia, este é o procedimento mais indicado. O tipo de intervenção dependerá da localização e extensão do tumor. A mais comum é a cirurgia de Whipple, um procedimento bastante complexo, geralmente recomendado para tumores da cabeça e do colo do pâncreas. Ele envolve a extração da cabeça do pâncreas, de parte do estômago, duodeno e da vesícula biliar.
Em casos específicos, é indicada quimioterapia pós-operatória por seis meses. Já a radioterapia pode ser necessária se houver o risco de terem ficado tumores residuais.
A quimioterapia também pode ser adotada antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante). Estudos recentes têm demonstrado que ela aumenta as chances de cura mesmo em tumores ressecáveis, mas com fatores de alto risco (níveis muito elevados de CA 19-9, presença de linfonodos na imagem ou tumores com mais de três centímetros).
Em alguns casos de cânceres inicialmente considerados irressecáveis (não podem ser removidos por cirurgia), o médico poderá indicar a quimioterapia ou a quimiorradioterapia pré-operatória, neste caso visando reduzir o tamanho do tumor e viabilizar o procedimento cirúrgico com objetivo curativo.
Na fase metastática (quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento é feito com quimioterapia paliativa e, quando necessário, cirurgia paliativa para desobstruir a drenagem da bile devido à compressão pelo tumor. Se houver obstrução das vias biliares e icterícia, é possível implantar uma prótese no interior das vias biliares, facilitando o escoamento da bile e, assim, desfazer a icterícia.
Nos casos em que o tumor impede a passagem do alimento, pode ser feita uma cirurgia para reconstruir o trânsito intestinal (ou desviá-lo), possibilitando a alimentação adequada do paciente.
Na dor refratária, quando a pessoa perde a capacidade de responder aos opioides (morfina, por exemplo), uma alternativa é realizar a alcoolização do plexo celíaco. Esse procedimento traz excelentes resultados no controle da dor, reduzindo a necessidade de uso de opioides.
O desenvolvimento dos tumores de pâncreas está associado a alguns fatores de risco. Os principais são:
Não existe exame para rastrear o câncer de pâncreas, nem há indicação para a dosagem do CA 19-9 no sangue rotineiramente. Assim, a melhor estratégia é adotar um estilo de vida saudável, não fumar, evitar o consumo de álcool, manter o peso sob controle e procurar o seu médico caso observe sinais que podem sugerir a doença (veja Sintomas).
Contribuindo para a adoção de novas abordagens no tratamento, estudos têm demonstrado a importância da realização de quimioterapia e/ou radioterapia antes da cirurgia oncológica para a obtenção de melhores resultados para o paciente.
Além disso, há novas promessas de terapia na área farmacológica. Em recente evento internacional, foi apresentado um estudo que demonstra, pela primeira vez, a eficácia do uso de terapia alvo-dirigida para paciente de pâncreas com mutação do BRCA.
Na BP, você será cuidado por uma equipe multidisciplinar, com oncologistas e cirurgiões especializados no tratamento do câncer de pâncreas, um diferencial particularmente importante para enfrentar esse tipo de tumor, que é considerado mais agressivo.
No campo da tecnologia, contamos com equipamentos de última geração, como o robô cirúrgico acoplado à mesa, recurso que pode ser adotado em alguns tipos de intervenções, agregando efetividade ao procedimento e segurança para o paciente. Na área de radiologia, aparelhos tecnologicamente mais avançados permitem aplicar doses menores de radiação, com mais precisão (poupando tecidos sadios) e menos efeitos colaterais para o paciente.
A esses recursos profissionais e tecnológicos, adicionamos outro diferencial da BP: a abordagem humanizada. Afinal, para nós, tão importante quanto assegurar o melhor tratamento para o paciente é cuidar do ser humano que ele é, dando toda atenção às suas necessidades, ao seu conforto e bem-estar.
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