Linfomas

Entendendo a doença

O linfoma é um tipo de câncer do sistema linfático, que é parte do nosso sistema imunológico, responsável por defender nosso organismo contra doenças e infecções. O câncer se desenvolve a partir da mutação das células desse sistema e sua multiplicação desordenada.

O sistema linfático é composto por linfócitos (as células do sistema de defesa, que podem ser do tipo T ou B) e por linfonodos (gânglios linfáticos) que estão espalhados por todo o nosso corpo, em posições estratégicas para defender o organismo dos agentes agressores. Baço, timo, amídalas e adenoides também fazem parte desse sistema.

Os linfomas podem afetar pessoas de todas as idades. A maioria se origina nos linfócitos B.

De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), considerando apenas os dois tipos mais comuns de linfomas, são 12.710 novos casos por ano no Brasil, sendo 10.180 de Linfoma não Hodgkin e 2.530 de Linfoma de Hodgkin.


Tipos

Os dois principais tipos de linfomas são:

  • Linfoma de Hodgkin

Afeta principalmente pacientes entre os 20 e 30 anos de idade e aqueles com mais de 60 anos. Ele se divide em dois subtipos:

- Linfoma de Hodgkin Clássico, que pode ser subdividido em esclerose nodular, celularidade mista, depleção linfocitária e rico em linfócitos.

- Linfoma de Hodgkin predomínio linfocitário nodular.

  • Linfoma não-Hodgkin

Pode ocorrer em crianças, adolescentes e adultos. Nos últimos anos, tem-se observado um aumento do número de casos entre pessoas com mais de 60 anos. Esses linfomas podem ser de baixo grau (ou indolentes) que geralmente apresentam evolução mais lenta; ou de alto grau, mais agressivos e de evolução mais rápida. Os subtipos mais comuns de Linfoma não-Hodgkin são o linfoma folicular (de baixo grau) e o linfoma difuso de grandes células B (alto grau). Há ainda um subtipo chamado Linfoma de Burkitt, de altíssimo grau e extremamente agressivo.


Sintomas

Os principais sinais e sintomas dos linfomas são:

  • Gânglios ínguas aumentados
  • Febre e mal-estar
  • Perda de apetite
  • Perda de peso
  • Sensação de fraqueza
  • Aumento do suor (principalmente à noite)

Diagnóstico

Se constatar no exame clínico indícios que levem à suspeita de linfoma, seu médico solicitará a realização de biópsia. Nesse procedimento, parte ou de preferência todo o gânglio será removido para análise no laboratório de patologia. Esse exame poderá dizer se se trata ou não de linfoma e, em caso positivo, se é do tipo Hodgkin ou não-Hodgkin, de células T ou B e se possui características mais ou menos agressivas.

Para definir o estágio da doença – um processo chamado estadiamento –, seu médico provavelmente solicitará outros exames, como tomografia computadorizada (TC) ou tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET-CT), exames de sangue e biópsia de medula óssea (para definir se a doença se estendeu à medula óssea). Em alguns casos, é necessário também o exame de líquor (líquido cerebroespinhal), para avaliar se o sistema nervoso central foi atingido.

É importante ressaltar que nos linfomas não se utiliza o termo metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). O estadiamento do linfoma é feito para estabelecer se a doença é localizada ou avançada.


Tratamento

Para definir o tratamento, seu médico vai considerar o tipo e subtipo do linfoma e a sua extensão.

Nas formas mais localizadas de Linfoma de Hodgkin, o tratamento geralmente inclui quimioterapia, com ou sem radioterapia. Nas formas mais avançadas desse tipo de linfoma, o tratamento envolve administração de quimioterapia sozinha, sendo que, em alguns casos específicos, a radioterapia pode ser usada depois.

Nos Linfomas não-Hodgkin, a extensão e o subtipo determinam o tratamento. Quando ele é considerado de baixo grau (indolente), a conduta inicial pode ser a vigilância ativa (com acompanhamento e testes periódicos para observar sua evolução, deixando o tratamento para quando os sintomas interferirem nas atividades de rotina do paciente), a imunoterapia (com medicamentos baseados em anticorpos que estimulam o sistema imunológico a matar as células cancerosas), a radioterapia e/ou a combinação de quimioterapia e imunoterapia.

Nas formas mais agressivas do Linfoma não-Hodgkin, o tratamento sempre inclui quimioterapia combinada a um anticorpo (imunoterapia), associada ou não à radioterapia.

O transplante autólogo de medula óssea (realizado com células do próprio paciente) pode ser empregado na primeira linha de tratamento de alguns tipos específicos de linfomas, como o linfoma das células do manto e algumas formas de linfomas de células T. No entanto, em razão da idade e/ou presença de outras doenças, nem todos os pacientes são elegíveis a esse tipo de tratamento mais intenso. O transplante alogênico (realizado com células de um doador) raramente é adotado na primeira linha de tratamento.

O médico poderá recomendar o transplante de medula (autólogo ou alogênico) também para pacientes que responderam ao tratamento inicial, mas depois tiveram uma recidiva, ou seja, a doença voltou.


Fatores de risco

Na maior parte dos pacientes não são identificados fatores de risco para o desenvolvimento de linfomas. Numa pequena parte dos casos, a doença pode estar associada a alguns vírus e bactérias, pacientes imunodeprimidos ou que fazem uso de drogas imunossupressoras, radioterapia prévia e doenças autoimunes, entre outras.


Prevenção

Não há formas conhecidas de prevenir os linfomas.


Novidades

Novos medicamentos – alguns já disponíveis e outros em fase de estudos – têm aberto fronteiras promissoras no tratamento dos linfomas. São quatro grupos principais de medicações:

  • Imunoterápicos: são medicamentos que estimulam a atividade do sistema imunológico do paciente para que ele mesmo ataque as células malignas. Geralmente esses medicamentos são usados quando o paciente deixa de responder à quimioterapia convencional, com bons resultados.
  • Anticorpo conjugado com toxina: trata-se de uma nova classe de medicamentos que funciona como uma espécie de Cavalo de Troia. O anticorpo carrega uma toxina e a libera quando entra na célula cancerosa, matando-a. É um desenvolvimento recente e considerado bastante promissor. Costuma ser adotado como segunda ou terceira linha de tratamento, ou seja, quando o paciente não respondeu ao tratamento convencional.
  • Terapia celular: a célula do paciente é manipulada geneticamente para ser capaz de reconhecer e atacar o linfoma. Após a manipulação, é reinserida no organismo do paciente. O produto é desenvolvido de maneira customizada (para cada paciente). Já aprovado em outros países, ainda não está disponível no Brasil.
  • Terapia-alvo: são medicamentos que funcionam como mísseis teleguiados, capazes de identificar e atacar células específicas do linfoma.

Diferenciais BP

Nossos pacientes encontram na BP mais que um centro equipado com tecnologias de ponta para a realização de diagnósticos e tratamento dos linfomas. Mais importante que essa completa e avançada gama de recursos tecnológicos é a atuação integrada da nossa equipe de especialistas – profissionais altamente qualificados, que combinam seus conhecimentos para definir e executar estratégias de tratamento individualizadas, buscando os melhores resultados para cada paciente. São hematologistas, radiologistas, radioterapeutas, equipes do banco de sangue e dos laboratórios de análises clínicas e patológicas. Semanalmente, esse grupo promove uma reunião multidisciplinar para discutir a melhor abordagem em cada caso e acompanhar a evolução.

Os tratamentos oferecidos aos nossos pacientes incluem quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo e imunoterapia, entre outras, além do transplante de medula óssea. A BP é o quarto maior centro transplantador de medula óssea do Brasil e o primeiro entre as instituições privadas do país.

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