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Problema frequente na infância, que sem o tratamento adequado pode se estender até a vida adulta, a constipação intestinal (prisão de ventre) é caracterizada pela baixa frequência das evacuações, fezes endurecidas e secas. A detecção e o tratamento precoces são fundamentais para evitar que, frente à dor nas evacuações, os pequenos passem a reter as fezes, o que acaba por complicar o quadro da doença. A retenção continuada pode, inclusive, dilatar o intestino e fazer com que a criança perca a sensação da necessidade de ir ao banheiro. Em alguns casos, também pode levar à incontinência intestinal, quando as fezes líquidas (ainda não formadas) vazam involuntariamente das paredes do intestino – um sintoma que pode ser confundido com diarreia.
No Brasil, estima-se que entre 15% a 30% das crianças sofram do mal, índice acima da média mundial devido principalmente a fatores alimentares (veja Fatores de Risco).
A boa notícia é que a grande maioria dos casos está relacionada a fatores controláveis, como alimentação e estilo de vida, e o problema pode ser resolvido com tratamentos simples.
Há dois tipos de constipação intestinal:
Os principais sintomas da constipação intestinal são:
Se a criança apresentar algum ou alguns desses sinais, é importante procurar logo o seu pediatra. Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento, mais fácil resolver o problema. Além da dor e do incômodo físico, a constipação intestinal pode ter reflexos psicossociais. O uso tardio de fraldas ou a incontinência pode causar constrangimento da criança, comprometer a interação social e até gerar bulling por parte dos coleguinhas.
O diagnóstico da constipação intestinal do tipo funcional é feito durante a consulta com o pediatra ou gastroenterologista pediátrico, a partir do exame clínico e do relato dos sintomas, como frequência de idas ao banheiro, comportamento de reter as fezes, evacuações dolorosas, um episódio de incontinência fecal por semana (veja detalhes em Sintomas). Um dos recursos que os médicos utilizam para avaliar se a consistência das fezes da criança indica a ocorrência de constipação intestinal é a Escala de Bristol, O diagnóstico da constipação funcional dispensa a realização de exames laboratoriais ou de imagem.
Se a criança apresentar sintomas não relacionados ao quadro funcional, como perda de apetite, náusea, vômito, perda de peso, dor e distensão abdominal intensas, sangramento retal sem presença de fezes, doenças respiratórias de repetição, alterações endócrinas ou histórico de constipação desde a fase de amamentação, o médico poderá suspeitar de constipação intestinal secundária, ou seja, associada a outras doenças. Nesse caso, para confirmar o diagnóstico, ele solicitará a realização de outros exames, de acordo com o caso. Podem ser necessários, por exemplo, exames de sangue (hormônios da tireoide, sorologia para a doença celíaca, dosagem de cálcio) e/ou exames de imagem, como enema opaco (para diagnóstico de megacolon), endoscopia digestiva alta (para diagnóstico de doença celíaca) e endoscopia digestiva baixa (para diagnóstico de causas de sangramento retal e perda de peso, como doença inflamatória intestinal). Também poderá ser indicada a realização de raio X de abdome para avaliar a massa fecal.
O tratamento da constipação intestinal do tipo funcional é bastante simples. De forma geral, ele inclui:
Se o caso for de constipação intestinal secundária, ou seja, relacionada com outra doença (veja detalhes em Tipos), esta será o foco do tratamento.
Os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento da constipação intestinal são:
Alguns cuidados simples ajudam a prevenir a constipação intestinal. Confira:
Um dos avanços importantes está relacionado com a nova forma de fazer o diagnóstico, valorizando a avaliação clínica, sem a necessidade de exames complementares, alguns deles difíceis para crianças, como a colonoscopia. Atualmente, para o diagnóstico das desordens gastrointestinais funcionais, os médicos utilizam os Critérios de Roma, baseados apenas nos sintomas.
As medicações também evoluíram com a chegada dos laxativos de polietilenoglicol. Ao contrário dos laxativos tradicionais, os de polietilenoglicol não são absorvidos pelo organismo, o que evita uma maior distensão abdominal e as cólicas. O medicamento promove a formação de uma massa com consistência de geleia, deixando as fezes mais fáceis de serem eliminadas. Outra vantagem é a apresentação sem sabor e em formato de pó, que permite sua adição aos alimentos ou bebidas, facilitando a administração aos pequenos. .
Seja no atendimento ambulatorial ou no pronto-socorro, na BP a criança será cuidada por profissionais especializados da nossa Pediatria, treinados para fazer o diagnóstico correto e definir o tratamento adequado. Identificar corretamente o tipo de constipação é muito importante: a funcional – grande maioria dos casos –, além de dispensar exames complementares para o diagnóstico, tem tratamento simples, feito na própria casa da criança. Apenas os pacientes com constipação secundária precisam realizar outros exames para identificar e tratar a doença que está provocando o problema.
Além disso, na BP temos estruturas especialmente preparadas para o atendimento de pacientes pediátricos, como o Pronto-Socorro Infantil, e os melhores recursos de medicina diagnóstica para a realização de exames laboratoriais e de imagem quando necessário. Tudo isso, acompanhado do nosso jeito de cuidar dos pacientes e seus familiares: com acolhimento e humanização.
Agende suas consultas ou exames com nossos profissionais
pelo número: (11) 3505-1000.