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Por meio desses projetos, ampliamos a abrangência e o impacto de nossas atividades em benefício das camadas mais vulneráveis da população. É um novo caminho que trilhamos, levando nossa atuação social para além dos muros da nossa instituição. Somando forças com empresas e organizações do terceiro setor, estamos à frente de iniciativas inspiradas no conceito de saúde integral, que, além da ausência de doenças, considera todos os fatores – econômicos, sociais, culturais e outros – que impactam a saúde das comunidades.
A Votorantim, por meio do Instituto Votorantim, e a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo uniram-se no projeto Tele-UTI Covid, iniciativa de apoio e orientação para equipes de unidades de terapia intensiva (UTI) dedicadas a pacientes com Covid-19. O objetivo é salvar vidas, em meio à pandemia e ao grande número de falecimentos entre os pacientes sob cuidados intensivos.
Para saber mais detalhes você pode assistir o vídeo:
Aportando nossas competências no cuidado de saúde populacional e articulando diversos atores e instituições, atuamos desde 2020 nesse projeto que beneficia três comunidades no entorno da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) – Comunidades da Linha, do Portão 9 e do Cingapura Madeirite – onde vivem cerca de 6 mil pessoas.
A aproximação com a comunidade, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque da Lapa e empresas e institutos atuantes na região começou em 2019. Foram realizadas oficinas mensais e organizado um crowdfunding para a reforma do centro comunitário da Associação de Moradores do Ceasa (AMC). Nossos primeiros contatos tiveram por objetivo traçar um plano de ação junto com os principais interessados: as pessoas que lá residem.
Em 2020, no início da pandemia de Covid-19, fomos contatados pelo Instituto Acaia, uma instituição sem fins lucrativos que atua no local há cerca de 20 anos oferecendo programas de reforço escolar, além de manter uma escola gratuita (ateliescola acaia) que funciona em período integral, atendendo 200 crianças. Como poderíamos contribuir com a comunidade no enfretamento do novo coronavírus?
Assim nasceu o projeto Xô, Corona! – Ceasa, um ambulatório médico que instalamos na sede da associação de moradores. Lá, passamos a fazer a triagem rápida de casos sintomáticos de Covid-19, colaborando com a UBS Parque da Lapa, que estava sobrecarregada e com dificuldades de atendimento. Nessa iniciativa, ganhamos o apoio do Instituto Votorantim, que desenvolve ações de empreendedorismo para os moradores.
O Xô, Corona! – Ceasa produziu cartazes, folhetos e banners alertando sobre a doença, riscos e formas de prevenção, além de divulgar a existência do novo ambulatório. Ficou famosa a Rádio Corneta, uma perua Kombi que veiculava informações da campanha e de prevenção. Paralelamente, o Observatório Leopoldina, coletivo que atua na região, produziu podcasts com moradores e lideranças, que foram compartilhados pelas redes sociais. A bem-sucedida ação de comunicação garantiu que o projeto fosse abraçado pela comunidade.
Em 2020, realizamos 480 atendimentos. Entre consultas médicas e orientações de enfermagem, atingimos um total de 1.700 pessoas, o que corresponde a cerca de 30% da população das três comunidades. O projeto racionalizou o fluxo de pacientes para a UBS Parque da Lapa, permitindo às equipes se concentrarem nos atendimentos e transferências dos casos mais graves. Com o uso de metodologias de análise de dados, os atendimentos foram georreferenciados por comunidade, o que contribuiu para maximizar a utilização do serviço.
O trabalho do ambulatório conta com o aval da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Saúde do Estado. Ele ficará em atividade até julho de 2021, com possibilidade de ampliação desse prazo. Além das atividades ambulatoriais, elaboramos, em parceria com o Grupo Fleury, o protocolo de medidas preventivas e protetivas para o retorno das aulas presenciais do ateliescola acaia.
Outro parceiro que se juntou a nós nesse apoio à comunidade foi o escritório Mattos Filho Advogados, que atua pro bono na regularização e profissionalização das ações da Associação dos Moradores do Ceasa.
Esse projeto tem como objetivo reduzir o tempo transcorrido entre o atendimento de um paciente com sintomas de infarto agudo do miocárdio em um hospital municipal e a transferência para a BP para realização do cateterismo cardíaco e da angioplastia, procedimentos de diagnóstico e tratamento da obstrução as artérias coronárias. Quanto menor for esse intervalo de tempo, melhores os desfechos e a recuperação dos pacientes, com aumento da taxa de sobrevida. Para o sistema de saúde, isso significa menos custos associados a complicações e sequelas, conferindo maior velocidade no giro de leitos, reduzindo a lotação de hospitais.
Depois de identificar quais hospitais municipais encaminhavam mais pacientes infartados para serem atendidos na BP, fizemos um diagnóstico para identificar, em cada um deles, quais eram os gargalos que atrasavam o encaminhamento dos pacientes para a nossa instituição. Promovemos reuniões com as equipes desses hospitais municipais para verificar as necessidades locais e implantar protocolos de dor torácica, com diretrizes e processos padronizados para garantir qualidade e agilidade nos atendimentos de casos de infarto. Na cidade de São Paulo, pacientes com dor torácica respondem pela ocupação de cerca de 30% das vagas dos hospitais municipais.
O projeto QualiCat foi pilotado em 2019 no Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (HMCC), com resultados muito positivos. O tempo médio entre a chegada do paciente ao HMCC com sintomas de infarto até a realização do cateterismo na BP, que era de 12,6 dias, foi reduzido para 5,9 dias. Essa diminuição do tempo em quase 50% significa pacientes submetidos ao procedimento em melhores condições clínicas, com melhores resultados e menos sequelas, e também giro mais rápido de vagas no sistema municipal de saúde.
Em 2020, nos unimos às aceleradoras de startups Quintessa e Palladium para impulsionar o desenvolvimento da BeEqual, startup que utiliza tecnologias digitais para ofertar serviços de apoio a pais e cuidadores de crianças com desafios cognitivos, comportamentais e sociais. O objetivo era disponibilizar para um número maior de pessoas um serviço que, no Brasil, ainda está restrito ao segmento social de maior poder aquisitivo e concentrando em poucas regiões do país.
Nessa jornada, injetamos recursos que permitiram à BeEqual estruturar seu modelo de negócio social e a plataforma eletrônica que hoje serve de suporte para as atividades junto ao seu público. Ao longo desse processo, também realizamos uma pesquisa com público interno (profissionais da BP) e externo (pais com filhos com necessidades especiais) para verificar a viabilidade da proposta. Além disso, nossos especialistas geraram conteúdos que atualmente a equipe da startup multiplica junto aos usuários do serviço.
Essa caminhada permitiu à BeEqual oferecer ciclos de conversas e vivências com especialistas, combinando teoria e prática para aprimorar o cuidado das crianças. São quatro encontros semanais com os pais ou cuidadores em uma plataforma digital, além de interações com os terapeutas do programa por meio do WhatsApp. Há também um grupo de WhatsApp mediado pela equipe da BeEqual, criado para os participantes trocarem conhecimentos e experiências.