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O projeto Educa VE é uma iniciativa educacional em vigilância epidemiológica que visa capacitar e/ou atualizar profissionais da linha de frente do Sistema Único de Saúde para identificar e agir frente a propagação de doenças infecciosas nos territórios de saúde de todo o Brasil. Está particularmente em foco o controle da Covid-19 e das arboviroses, enfermidades transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya e febre amarela.
Fruto de uma parceria entre a BP, Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), essa ação de educação epidemiológica privilegia especialmente municípios de até 20 mil habitantes, além de cidades maiores adjacentes que funcionam como pontos conectores de uma complexa malha de equipamentos de saúde organizados em macrorregiões de saúde. O projeto também trabalha aspectos operacionais do sistema nacional de imunização, como o monitoramento e estímulo da cobertura vacinal da população local.
Em um primeiro plano, serão formados três mil profissionais que atuam em unidades de atenção primária de saúde do SUS. O objetivo é habilitá-los para identificar surtos de doenças, notificar as suspeitas, investigar agravos e elaborar e executar planos de ação. Esses planos envolvem a criação de um boletim epidemiológico municipal e projetos de intervenção local nos quais os conhecimentos adquiridos no curso serão colocados em prática.
Os profissionais em capacitação têm acesso a um curso online de 60 horas que utiliza a plataforma Moodle. São cinco horas semanais ao longo de três meses, com conteúdos ministrados a partir de três trilhas:
Os conteúdos estão organizados em três áreas de competências:
O público-alvo dessa formação inclui profissionais de nível superior (médicos, enfermeiros, farmacêuticos etc) e de nível médio que atuam na rede de atenção básica de saúde. Todos os participantes recebem diploma de especialização em vigilância epidemiológica.
Eles serão selecionados a partir de critérios que levam em conta a necessidade de melhorar os índices epidemiológicos dos municípios (incidência e mortalidade associadas às doenças-alvo e cobertura vacinal, por exemplo), sendo priorizados profissionais que trabalham nas localidades com os piores índices. Uma vez formados, esses profissionais tornam-se referências em vigilância epidemiológica dos seus municípios.
O projeto também está aberto para outros 30 mil profissionais da atenção básica da rede pública de saúde, que podem se inscrever para fazer a trilha assíncrona e autoinstrucional, aquela na qual os participantes acessam conteúdos por meio de videoaulas e arquivos preparados para disseminar os conhecimentos. Diferentemente do primeiro grupo de 3 mil alunos, essa frente de formação não inclui acesso às atividades com facilitadores educacionais em aulas interativas nem realizam trabalhos colaborativos em território.
Participantes desse módulo recebem certificação de atualização em vigilância epidemiológica.
O projeto foi aprovado pelo Ministério da Saúde em março de 2022 e se estende até dezembro de 2023. As aulas dos primeiros grupos em formação começam em agosto de 2022.