Notícias

Tabagismo causa mais da metade dos casos de câncer de bexiga

Hábito de fumar é a principal causa de mortes prematuras evitáveis no mundo

Publicado em 23 de agosto de 2018
Atualizado em 30 de agosto de 2018

O relatório de Estimativa de Câncer 2018, divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), aponta que, nas últimas décadas, o mundo vem apresentando um aumento significativo de casos novos de câncer de bexiga. E uma das principais causas desse aumento é o tabagismo.

Estudos indicam que o tabaco é a causa principal de 30% do número total de casos de câncer. Nos tumores de bexiga, esse percentual varia de 50% a 65%. “Dentre os fatores de risco para o câncer de bexiga, o tabagismo representa um papel preponderante”, analisa o uro-oncologista do Centro Oncológico da BP, Gustavo Guimarães.

O cigarro, forma de tabagismo mais comum e frequente, libera no organismo mais de 50 compostos cancerígenos e parte dessas substâncias ataca especialmente as células do revestimento da bexiga, dando origem aos tumores. As substâncias cancerígenas do tabaco são agressivas até para quem inala indiretamente a fumaça, os chamados fumantes passivos, que também correm risco de desenvolver a doença.

Ex-fumantes têm risco reduzido, mas não estão completamente livres do câncer de bexiga. “Estima-se que após 10 anos o risco diminui, mas não desaparece totalmente. Depende de múltiplos fatores como carga genética, número de cigarros que costumava fumar, tempo de tabagismo, entre outros”, explica o especialista.

Nos casos em que o tumor é detectado, a decisão de não parar de fumar compromete a resposta ao tratamento e potencializa a progressão e a recorrência da doença.

Gustavo Guimarães alerta que, apesar do tabagismo ser a causa mais predominante para o surgimento do câncer de bexiga, existem outros fatores de risco que também são relevantes: história familiar, mutações genéticas, exposição ocupacional a produtos químicos ou à radiação e até o uso de alguns medicamentos.

Por isso, a recomendação do uro-oncologista é atuar sobre as causas evitáveis da doença, entre elas parar ou não começar a fumar, além de buscar a prática de atividade física aliada a uma alimentação balanceada.